sexta-feira, 5 de agosto de 2011

De Todo O Resto Não Sei

Já estive em tantos lugares, já conheci todos os mares.
Já vi tantas faces, tantas crenças e desilusões.
Já construí castelos de sonhos e os derrubei com as mãos.
Já acendi fogo em gelo, já perdi o medo de voar.

Já ouvi o canto dos anjos, já reneguei o pecado dos homens.
Já fiquei tão próximo e tão distante, já simplifiquei a beleza do horizonte.
Já queimei etapas de uma vida,
Já me decepcionei comigo por furar a fila.

Já me escondi na subjetividade, já neguei saudade.
Já dei mão e perdi braço, já me joguei de rosto no lago.
Já pulei de vontade, já vaguei sozinho por essa cidade.
Já conheci homens valentes, já vi o pior que há dessa gente.

Já sorri por compreensão, já estive certo e perdi a razão.
Já caminhei ao lado de revolucionários, já bati na porta do amor errado.
Já prometi o fim de tudo, já jurei pular de cima do muro.
Já aceitei tanta bobagem, já fui embora cedo, mas deixei metade.

Já causei o caos com minhas palavras, já eliminei o mal.
Já ri mais alto, já desbanquei gente com salto.
Já ignorei pedidos de perdão, já aprendi a quem posso dar a mão.
Já pensei ser o único honesto do mundo, já me peguei fazendo promessas sem fundo.

Já fingi ser um super-herói, já chorei por nada.
Já errei com quem eu mais amo, já torturei meus dias.
Já tive compaixão com quem não deveria.
Já perdi horas..

Já ganhei quando deveria perder, já perdi quando deveria vencer.
Já fui chamado de negativo, já dei meu pedaço de pão ao inimigo.
Já corri pra terminar o quanto antes, já fui um péssimo amante.
Já me irritei com meus problemas existenciais, já ignorei as manchetes dos jornais.

Já falei demais para quem não ouvia, já me senti só mesmo com companhia.
Já coloquei minha alma pra fora, já pedi que me dessem de volta.
Já balbuciei palavras sujas, já tropecei no caminho da curva.
Já julguei e fui julgado, já fui, tantas vezes, homem fechado.

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