quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Navio

Desfiz as rotas comuns pra navegar no seu navio, cheio de vida, satisfeito me dou por abrir o estio. 
Desenhei um S nas suas costas e naveguei por entre portos e docas pra alcançar seu cais. Assim, jamais pretendo desaportar desses seus lábios.
Sou marinheiro perdido entre seus abraços amigos e seus beijos queridos.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

De Todo O Resto Não Sei

Já estive em tantos lugares, já conheci todos os mares.
Já vi tantas faces, tantas crenças e desilusões.
Já construí castelos de sonhos e os derrubei com as mãos.
Já acendi fogo em gelo, já perdi o medo de voar.

Já ouvi o canto dos anjos, já reneguei o pecado dos homens.
Já fiquei tão próximo e tão distante, já simplifiquei a beleza do horizonte.
Já queimei etapas de uma vida,
Já me decepcionei comigo por furar a fila.

Já me escondi na subjetividade, já neguei saudade.
Já dei mão e perdi braço, já me joguei de rosto no lago.
Já pulei de vontade, já vaguei sozinho por essa cidade.
Já conheci homens valentes, já vi o pior que há dessa gente.

Já sorri por compreensão, já estive certo e perdi a razão.
Já caminhei ao lado de revolucionários, já bati na porta do amor errado.
Já prometi o fim de tudo, já jurei pular de cima do muro.
Já aceitei tanta bobagem, já fui embora cedo, mas deixei metade.

Já causei o caos com minhas palavras, já eliminei o mal.
Já ri mais alto, já desbanquei gente com salto.
Já ignorei pedidos de perdão, já aprendi a quem posso dar a mão.
Já pensei ser o único honesto do mundo, já me peguei fazendo promessas sem fundo.

Já fingi ser um super-herói, já chorei por nada.
Já errei com quem eu mais amo, já torturei meus dias.
Já tive compaixão com quem não deveria.
Já perdi horas..

Já ganhei quando deveria perder, já perdi quando deveria vencer.
Já fui chamado de negativo, já dei meu pedaço de pão ao inimigo.
Já corri pra terminar o quanto antes, já fui um péssimo amante.
Já me irritei com meus problemas existenciais, já ignorei as manchetes dos jornais.

Já falei demais para quem não ouvia, já me senti só mesmo com companhia.
Já coloquei minha alma pra fora, já pedi que me dessem de volta.
Já balbuciei palavras sujas, já tropecei no caminho da curva.
Já julguei e fui julgado, já fui, tantas vezes, homem fechado.

Sem Título

O pássaro ao longe canta.
Declama versos inaudíveis.
Bate as asas e voa.
Ruma ao dia que nasce.

Sente o vento contra.
Não desiste, canta.
Sente vontade de ceder.
Mas à baques sabe sobreviver.

Vai ao encontro de um lá.
Nem sabe como chegar.
Voa, delírio voa.
Transita nas nuvens de sonho.

Ele chama meu nome.
Eu o reconheci de longe.
Talvez sejam essas asas.
Ele sou eu num mundo distante.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Sobre Mim

Não entro em uma conversa para concordar. Sou, muitas vezes, difícil de lidar. Um pouco intempestivo, eu diria.
Criador de expectativa em relação a tudo, sempre me dou demais e quando o retorno não me satisfaz, me quedo em decepção.
Assim como existe a inércia, acredito na existência do princípio da não satisfação, da inquietude, da busca eterna. E tenho tudo isso dentro de mim.
Insolente, displicente, homem com jeito de adolescente. Escuto a todos, me faço ouvir para poucos.
Excesso, menos oito ou mais cento e oitenta, não sei ser médio, normal, igual. Não aceito quem aceita qualquer argumento.
Controverso, contradição na vida, em todos os momentos.
Crio caminhos novos ao invés de seguir trilhas já traçadas. Dou valor em uma discussão bem armada, sentimentos expostos, verdades jogadas na cara.
Admiro o silêncio, odeio quando minha mente faz barulho demais e não me deixa dormir.
Odeio pensar muito e ansiar por tudo.
Odeio perder o controle, mas quando perco, nunca mais quero me controlar.
Sou atraído pelo mistério, me fascina completamente o que não entendo por inteiro. Gosto de perceber metade e a outra parte, deixo minha crença na verdade apreciar.
Amo a pressa como amo a lentidão. Sou assim, briga e sermão. Admiro todas as facetas do mundo e encontro valor onde juram não ver nada.
Tantos em tão pouco, muito sentimento pra pouca cabeça, racional quando não deveria ser e irracional quando a razão em insiste em aparecer.
Sou tudo menos, tudo mais.