sexta-feira, 23 de julho de 2010

A Confissão do Vilão

Roubei todos seus sonhos e guardei-os numa caixa escura. Não queria devolver, não agora.
Me sentia preso a tudo aquilo que havia visto você imaginar, queria possuir tudo que deveria ser seu um dia.
Tão próximo de absorver o que foi idealizado por você e pra você.
Mas você não merecia. Quem merecia era eu, quem merece sou eu.
Me vestia de branco pra transmitir paz, mas no fundo era eu quem alimentava os seus piores pesadelos.
Protestava quando você sorria e reclamava ao ver a luz do dia refletir em seus olhos.
Mas você não merecia. Quem merecia era eu, quem merece sou eu.
Reclamava de mim mesmo ao ver você feliz, nada podia ser reluzente ao seu redor.
Roubei seu encanto e transformei-o em olhos sem graça, em corpo fraco e sorriso amargo.
Essa é a história de um vilão que transcede o sentido de roubar, transforma o sentido de matar e escurece qualquer canto iluminado. O final que qualquer um sugeria, eu sempre transformava em simples ilusão.

Sim, sou o Vilão.


P.S: Ignoro qualquer pedido de perdão.

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